quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A igreja e a pena capital

Primeiro devemos entender que a bíblia fez parte de um processo da construção da sociedade, sabendo disso, Deus inspirou homens para nos repassar o que Ele queria dentro de um dado momento. 

Essa questão da pena de morte é tratada com maior veemência no antigo testamento, pois faz parte dos códigos morais do povo de Israel.
Não quero relativizar aqui os conceitos de Deus, mas trabalha-lo dentro de seu contexto! Ora, as pessoas tratam da pena de morte como se estivessem naquele tempo, como se o Estado fosse um Estado regido por leis cristãs que nunca erram nas suas determinações. 

O que Deus deixa claro na bíblia, é o princípio de justiça, JUSTIÇA que pode ser aplicado por pena de morte ou não. Foi pena de morte naquele tempo, não necessariamente deve ser hoje.

Mas eu não tenho base para refutar a pena de morte (conheço outros que tem mas não vou utilizar os argumentos deles aqui, são muitos). Quero fazê-los pensar, ao invés de pegar uma frase do R.C Sproul e forçar ela a entrar na cabeça de alguém.

Quero que vocês atentem para o ministério de Jesus, dos apóstolos. Vejam as suas preocupações, vejam o que eles davam mais importância. Jesus deu perdão a uma mulher que deveria ser apedrejada. Jesus falou sobre amor, perdão, misericórdia e praticou. Não superestimou o que o Estado deveria ou não fazer. Claro que ele sabia que o Estado tinha a espada, mas ele não queria essa espada não mão dos seus, como alguns parecem ter a necessidade de ter hoje.

Não da pra pegar Romanos 13 sem entender o contexto deles e o nosso hoje. Quem é a nossa autoridade hoje? Hoje é a nossa constituição federal, ela presa pela vida e não pela pena de morte.

A boca fala o que o coração está cheio? Em algumas situações sim. Então, nosso coração está falando sobre amor e praticando ou apenas estamos cheios de falsa piedade, desviando o foco com uma discussão que não leva em consideração que muitos sofreriam com a pena de morte?

Sinceramente, não sei. Só sei que a igreja não tem a mesma voz que Jesus teve quando conseguia atrair aqueles que ninguém queria por perto.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Por que Jesus ao invés de dividir o pão, não mandou todo mundo trabalhar?

As pessoas costumam utilizar a crítica de Paulo em 2 Tessalonicenses 3:10 para justificar que não é obrigação da igreja ajudar. Mas perceberam que a crítica de Paulo tem um direcionamento? Ele faz uma crítica aqueles que ficam ociosas e que se intrometem na vida alheia. TEM UM MOTIVO!
Jesus sempre ajudou, sempre dividiu o pão, que ele mesmo ensinou ser NOSSO. E não ajudou apenas os de dentro, mas os de fora! Lembram da parábola do bom Samaritano? É meu amigo, não tem desculpa. A carta de Tiago? Que fala que a fé sem obras é morta:

"De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?
Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: "Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se", sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: "Você tem fé; eu tenho obras". Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras. Você crê que existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios crêem — e tremem!"
Tiago 2:14-19


E o comunitarismo vivido pela igreja primitiva? Que dividiram tudo de acordo com a necessidade de cada um. Isso sem contar com o comunitarismo judaico do antigo testamento, que falarei em algum outro texto. Não adianta querer justificar. Justiça (social) faz parte do caráter de Deus, a piedade, o amor para com outro é reflexo do nosso relacionamento com Deus. Recebemos tudo pela graça e assim também devemos compartilhar.