quarta-feira, 2 de março de 2016

Jesus

Seja apenas pelo alimento, seja pela apenas cura ou até mesmo pelo ódio: Jesus atraiu aquilo que a igreja hoje repele.

É só abrir a bíblia para encontrar nos evangelhos ações de Jesus Cristo que iam na contra mão do poder religioso da época. Amar o inimigo, servir, perdoar quem o ofendeu, não acumular deliberadamente, repartir com aqueles que não podem fazer o mesmo por você. Curas e multiplicações (carimba que Jesus é top). Não que os religiosos não fizessem boas ações, (mas sabe aquela história das segundas intenções, então, os caras tinham mestrado e doutorado nessa área).

O povo de Israel que vinha sofrendo por um bom tempo, ansiava pelo Messias prometido que viria passar a faca em todo mundo (libertar todo o povo da dominação petralha comunista bolivariana). Mas não, quem veio foi uma criança pobre que nasceu no meio da quebrada. O resto da história você já conhece.

O fato é que, em todo seu ministério, Jesus lidou com situações altamente complexas, dando respostas cada vez mais desconcertantes para questões levantadas por religiosos que buscavam o condenar por ser alguém perigoso para o sistema religioso da época. Sim, Jesus era um perigo para a religiosidade, como diz TIM KELLER:  Jesus não foi apenas um cara legal que fez o bem no mundo. Você não crucifica caras legais. Você crucifica ameaças. Então, Jesus foi uma quebra de paradigma para o pensamento religioso da época, que era excludente, tradicionalista, legalista e (falso)moralista.

Jesus com seu discurso e sua prática amorosa, acolhia, perdoava e repartia com todos aqueles que o seguiam. Era por vezes duro, principalmente com aqueles que mestres e doutores da teologia (não que ser mestre e doutor em teologia era ou seja algo ruim). A verdade é que o sistema religioso da época era letal, não estava fazendo aquilo que Deus ordenou. Jesus foi a realidade do amor, foi a encarnação do amor, foi a literalidade da doação, do serviço, do amor aos pobres, dos órfãos e da viúvas, atraiu todos para junto de si.

Mas então, com qual movimento a igreja se identifica hoje? Será que a igreja aprendeu com o amor de Jesus e com o erro dos religiosos? Acho que em parte estamos presos no sistema religioso, disfarçado de ortodoxia. Não comunicamos como Jesus (claro que entendo nossas limitações). Nossa mensagem não consegue inúmeras vezes fazer sentido. Repelimos o diferente porque queremos esfregar na cara dele que a homossexualidade é pecado mortal, que sua posição ideológica é incompatível com o reino dos céus, que o pecado dele/a é algo que ele deveria largar agora, independente de sua história e de tudo que está no pano de fundo de sua realidade. E não, não são os neopentecostais os únicos vilões disso tudo, basta abrir o facebook daquele amiguinho cristão e vê-lo se posicionando frente as demandas sociopolíticas postas pela contemporaneidade. A igreja como um todo não sabe discordar (existe sim gente que sabe, para não generalizar). O amor parece ser apenas algo abstrato, repetido apenas como mantra para não perder o costume, diferente da prática de Cristo. A igreja pode se posicionar, na verdade deve. Os cristãos devem responder a questões relacionadas a sua fé, entretanto, lembrando do que Pedro alerta: Todavia, mesmo que venham a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes. "Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados." Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.

Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias.
melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal. 



Fomos consumidos pela opinião da multidão e não pelas marcas de Cristo. Imitamos Bolsonaro, não Jesus. Queremos defender Deus no facebook e não levando sua mensagem através do amor e do perdão. Precisamos seguir os bons exemplos que temos de cristãos que sabiamente se posicionaram na sociedade, somos plurais, mas com dever de termos a unidade maior: amar a Deus de todo o coração e o próximo como a si mesmo. Tendo o próximo como seguinte e não que convive comigo, e o próximo quase sempre será difícil de amar. Mas essa é nossa missão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário